Propostas para candidatos incluem volta dos cassinos

Cassino I 27.11.02

Por: sync

Compartilhe:

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, ouviu de representantes das centrais sindicais presentes ao encontro de ontem em São Paulo propostas que incluem desde a reabertura dos cassinos, para criar empregos, até a desoneração de impostos dos produtos da cesta básica, para ajudar o programa de combate à fome no país.
As mudanças nos sistemas previdenciário e tributário uniram os sindicalistas em seus discursos. As divergências ficaram mesmo por conta da discussão do fim da contribuição sindical obrigatória, principal fonte de custeio e manutenção dos sindicatos no Brasil.
Criticado por sindicalistas após pedir a “implosão” da atual estrutura sindical, o presidente da CUT, João Felício, propôs a criação de um sistema único de Previdência, com teto de 20 mínimos.
“A existência de dois sistemas diferentes é um atentado contra a democracia. É inaceitável um trabalhador receber R$ 20 mil e o outro, R$ 200.” Além de mudanças na Previdência, o sindicalista defendeu reformas simultâneas nos sistemas tributário e trabalhista.
Na avaliação do presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, os sindicalistas devem se unir ao governo no combate à fome. “Desonerar a cesta básica e criar restaurantes que vendem comida por R$ 1 são medidas que podem ser implementadas no programa de governo.”
Ele defendeu ainda a adoção do contrato coletivo nacional, a redução da jornada em 10% e a criação de frentes de trabalho para diminuir o desemprego.
Para Roberto Santiago, vice-presidente da SDS (Social Democracia Sindical), o problema da falta de emprego poderia ser resolvido, em parte, com a reabertura dos cassinos no país. “Com essa medida, 160 mil empregos poderiam ser criados.” Outra proposta da SDS é reduzir a contribuição ao INSS de 20% para 6% no caso dos trabalhadores sem carteira assinada para diminuir a informalidade e aumentar a base de arrecadação da Previdência Social.
O presidente da CAT (Central Autônoma dos Trabalhadores), Laerte Teixeira da Costa, defendeu a criação de um “dízimo social”, pago por toda a sociedade, para financiar a previdência. “O “dízimo” seria de 10% sobre a renda das pessoas físicas e os dividendos das empresas.”
Antônio Carlos dos Reis, o Salim, líder da CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores), propôs, em tom de conciliação, que a reforma trabalhista seja discutida no Fórum Nacional do Trabalho. O presidente da CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), Antonio Neto, disse que deve haver união entre as centrais para tirar o país do atoleiro dos últimos oito anos. “O Brasil cresceu como rabo de cavalo -para trás e para baixo.” (CR e FF)
Folha de São Paulo

Comentar com o Facebook