Prefeito do Recife defende bingos e jogos de azar.

Bingo I 21.02.04

Por: sync

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O prefeito do Recife, João Paulo, defendeu a preservação dos bingos e jogos de azar no Brasil. Para o prefeito petista, esta "é uma atividade geradora de empregos" que poderia ser aprimorada, com ajuda do Congresso Nacional.
Embora concorde com a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de suspender a atividade neste momento, João Paulo se diz favorável ao funcionamento de caça-níqueis e lembra que seu próprio pai chegou a trabalhar com o jogo do bicho numa fase de dificuldades.
O prefeito falou à Folha momentos antes de abrir oficialmente o Carnaval do Recife, que este ano abrange 41 pontos da cidade. Vestindo chapéu típico dos Mateus (personagem marcante da cultura popular pernambucana), com a bandeira do Recife estampada na frente e a do seu partido, o PT, na parte de trás, João Paulo afirmou que está preparado para a maratona carnavalesca, que interfere pouco no seu ritmo de três ou quatro horas de sono habitual. "Gosto muito de frevar, gosto de acompanhar os blocos cantando, gosto de assistir os shows, os mais diversos ritmos, a diversidade cultural, a irreverência do povo."
O Carnaval do Recife tem um custo de R$ 13,5 milhões este ano, sendo R$ 3 milhões bancados pela iniciativa privada –cerca de 30% mais do que Salvador conseguiu captar para sua festa.
Abaixo, o prefeito comenta a medida anunciada esta tarde pelo presidente Lula.
Folha – Qual a opinião do sr. sobre a decisão do presidente Lula de proibir o bingo no Brasil?
João Paulo –
Acho muito oportuna a posição do presidente da República. Há uma série de necessidades de regulamentação de algumas atividades no Brasil. É lógico que são muitas coisas que precisam passar por um processo de disciplinamento e de se estabelecer regras melhores. Agora, no meio dessa confusão toda, eu acredito que o presidente tem agido corretamente. Ele agiu corretamente quando afastou o [Waldomiro] Diniz, agiu corretamente quando pediu que a Polícia Federal investigasse, agiu agora rápido e enérgico com a decretação do fim dos bingos, até que o Congresso Nacional possa de uma vez por todas disciplinar essa atividade no Brasil. Isso é muito importante para o Brasil.
Folha – Isso deve ter que impacto no Recife?
João Paulo –
Eu acredito que o impacto no Recife vai ser muito pequeno, porque essa atividade aqui não tem o peso que tem em cidades como São Paulo. Acredito que o Congresso vai agilizar a regulamentação para que essa atividade possa funcionar.
Folha – O sr. acha que ela deve ser mantida?
João Paulo –
Acho que ela tem de funcionar, é uma atividade geradora de empregos, tem pessoas que gostam na verdade de caça-níqueis, essa coisa toda, e nós temos de respeitar. O importante é que as regras estejam claras e estabelecidas para que possam funcionar normalmente.
Folha – Recife tem uma loteria chamada Aval, que é muito popular…
João Paulo –
O jogo do bicho na cidade do Recife é muito antigo. Eu desde pequeno vejo essa atividade muito forte na cidade. Eu digo até que meu pai quando estava desempregado até passou jogo do bicho. Essa atividade sempre teve peso na nossa cidade, mas na verdade, diferentemente de outros locais, nunca vi nenhuma vinculação ao narcotráfico, à lavagem de dinheiro ou coisa desse tipo.Folha SP – ISRAEL DO VALE free-lance para a Folha, em Recife

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