Matemático aponta como aumentar chances de ganhar na Mega-Sena

Destaque, Loteria I 24.09.19

Por: Elaine Silva

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O primeiro sorteio da Mega-Sena foi realizado em 11 de março de 1996

É matematicamente comprovado: ganhar na Mega-Sena com aposta feita em bolão é mais fácil que enriquecer a partir de uma aposta simples. Na semana em que um grupo de assessores do PT faturou R$ 120 milhões na principal loteria do país, o Estado de Minas conversou com um matemático para entender quais são as reais chances de tirar a sorte grande.

O que a ciência dos números tem a nos dizer não é tão animador. A probabilidade de você acertar os números premiados com um bilhete de seis dezenas é uma em 50 milhões, enquanto a chance de ser atingido por um raio é uma em 1,5 milhão. Ou seja, é 33 vezes mais fácil um raio cair na sua cabeça que você escalar os degraus da riqueza.

Saiba que também é mais provável conseguir ser canonizado. As chances de se tornar um santo é de uma em 20 milhões. “Se uma pessoa jogar durante 50 anos em todos os sorteios da Mega-Sena, ela teria participado de 5 mil sorteios. Neste período, ela pode ganhar uma, duas, três, 100 vezes, mas a chance de jamais ganhar na Mega-Sena em 50 anos é na ordem de 99,99%”, explica Gilcione Nonato Costa, matemático da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Mas, seja otimista. Você já conseguiu um feito mais difícil do que ganhar na loteria: nascer. A chance de fecundação é uma em 300 milhões, aproximadamente seis vezes mais difícil que ser premiado. Mas, como somos seres esperançosos, nos apegamos ao 0,01% de chance de ganhar. Então, vamos entender como a matemática pode ajudar a calibrar a pontaria da sorte.

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Três perguntas para Gilcione Nonato Costa, matemático da UFMG:

Jogar no bolão aumenta as chances de ganhar na loteria?

Quando uma pessoa faz uma aposta simples, ela vai ter a chance de uma em 50 milhões. Se ela forma um grupo de 10 pessoas, cada um gastando R$3,50, passaria de 1 em 50 milhões para 1 em 5 milhões. Então o bolão realmente aumenta suas chances.

Jogar os números mais sorteados é uma boa tática?

Não, não aumenta. A longo prazo, seria mais indicado escolher os menos sorteados porque esses vai se ter certeza que um dia vão sair para equilibrar o jogo. Mas esse a longo prazo pode significar toda a sua vida.

É melhor apostar toda semana ou investir tiro em concurso só?

Se uma pessoa joga uma aposta simples a cada sorteio, então ela gastaria por ano em torno de R$ 350. Se essa pessoa jogasse esta mesma quantia em um único sorteio, ela teria muito mais chances. Isso se deve porque ele acumula todas as possibilidades em um único sorteio.

A primeira loteria do Brasil surgiu em Minas?

A primeira loteria brasileira foi criada em Vila Rica, atual Ouro Preto, em 1784. Com o dinheiro, construíram a primeira Casa de Comércio e a cadeia de Vila Rica. Já naquela época, a aposta se popularizou e foi preciso estabelecer um regulamento. As regras foram oficializadas em 27 de abril de 1844, por dom Pedro II.

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Com o avançar das décadas e das apostas, o governo federal viu a oportunidade de controlar esse serviço. Em 1961, Jânio Quadros determinou que o governo fosse o responsável por todas as loterias e apostas no país. Um ano depois surgiu a primeira loteria vendida pela Caixa. Muitos cassinos e casa de jogos fecharam as portas depois disso.

O primeiro sorteio da Mega-Sena foi realizado em 11 de março de 1996. A promessa da época era que o ganhador levasse a bolada de R$ 1,7 milhões. O primeiro ganhador teve seu bilhete da sorte comprado na cidade de Salvador (BA).

Para onde vai o dinheiro da Mega-Sena?

O valor arrecadado com o concurso da Mega-Sena não vai totalmente para o ganhador. O prêmio bruto corresponde a 46% da arrecadação. E, dessa porcentagem, a maior parte vai para os acertadores dos seis números sorteados, a sena. A outra parcela é distribuída para os acertadores da quina, quadra e outras modalidades do prêmio.

Os outros 54% da arrecadação são repassados ao governo federal para investimento. Segundo a Caixa, são aplicados nas áreas da saúde, educação, segurança, cultura e esporte. (Correio Braziliense com Estado de Minas – Luiza Rocha – Maria Irenilda Pereira – DF)

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