Índios propõem construção de cassino e dividem a cidade de Illinois.

Cassino I 29.06.04

Por: sync

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LYNWOOD, Illinois – A proposta de uma tribo indígena de Wisconsin de construir o que seria o maior cassino de Illinois – uma sorte inesperada que o prefeito e os vereadores da cidade estão querendo há muito tempo – está atraindo a ira de alguns moradores, que querem se opor à idéia.

Ann De Boer disse que o cassino proposto iria acabar com a tranqüilidade do seu lar.

O cassino, parte de um ousado complexo de entretenimento que deve ser construído em um terreno de 1,748 metros quadrados que agora é preenchido por fazendas em casas de famílias, iria fazer fronteira com sua casa em dois lados.
“Muitas pessoas estranhas vão aparecer, então não me sentirei segura”, disse De Bôer. “Nós adoramos morar aqui. É muito calmo. O cassino vai mudar tudo isso?”
 Mas Lynwood, um subúrbio economicamente e racialmente diverso, de 8 mil habitantes, que fica a 28 milhas de Chicago, está querendo novas oportunidades de emprego, e enquanto alguns podem preferir um outro funcionário, o complexo de entretenimento é o único grande negócio que pretende ir à cidade. A tribo que propôs o cassino promete 5 mil empregos, com um salário anual superior a US$ 45 mil.
“Nós estamos lutando”, disse o prefeito Russel Melby sobre a situação financeira. “Essa poderia ser a nossa grande chance econômica”.
A proposta foi feita pela  Ho-Chunk Nation, uma tribo que já construiu vários cassinos em Wisconsin, iria incluir um parque aquático, um anfiteatro de 8 mil lugares, quatro restaurantes, uma casa noturna, um centro cultural indígena e um museu. Mas a parte mais contenciosa da proposta é um cassino de 20 mil metros quadrados que teria 3 mil máquinas caça-níqueis e 100 mesas de aposta. Isso faria os nove cassinos do estado que, por lei, só podem comportar 1,200 apostadores cada.
Os Ho-Chunks, antes conhecidos como os Winnebagos, são uma nação soberana sediada em Black River Falls, Wiconsin, e como tal eles não têm que pleitear por nenhuma licença estadual nem aderir a nenhuma restrição do estado. Ao invés disso, eles devem lidar com o governo federal, e eles já tiveram bons resultados.
O republicano Jesse Jackson, disse que ele apoiava o plano e que iria submeter um projeto de lei. Isso iria permitir que os Ho-Chunks ter propriedade sobre aquela terra e também construir um cassino. Se o congresso aprovar a proposta de Jackson, a tribo pode então conversar com o governador Rod. R. Blagojevichto para tratar dos detalhes.
Se o governador rejeitar o pedido, os Ho-Chunks podem apelar para a Agência Federal de Assuntos Indígenas, u que pode então determinar se a proposta era do interesse da tribo e da comunidade. A tribo, que já comprou quase toda a terra está adquirindo as estradas.
Uma porta-voz do governador disse que ele ainda não recebido a proposta dos Ho-Chunks
Os donos dos outros cassinos ficam apavorados com idéia de ter que competir com os Ho-Chunks.
A Nação Ho-Chunk teria muitas vantagens, eles dizem. Eles não teriam limite no número de apostas, não teriam que aderir aos regulamentos do estado e não pagariam impostos, permitindo que eles investissem dinheiro em propagandas e promoções, tirando os clientes do demais cassinos.
O reverendo Tom Grey, diretor executivo da Coalizão Nacional Contra a Legalização do Jogo, disse estar preocupado com as propostas por outras razões. Grey disse que está preocupado com o aumento no vício.
“Eu acho que eles estão dispostos a lutar”, ele disse. “Esse é um produto que vicia e ele tem um preço. E quem paga isso? Os contribuintes”.
Alguns dos residentes locais também têm a mesma opinião que Grey e criaram um grupo chamado Cidadãos da Nossa Comunidade. Em uma reunião recente do grupo compareceram 700 pessoas. Entre eles estava Carl Smith, um fazendeiro de 35 anos que mora a alguns kilometros do local onde o cassino será construído.
“Ele vai aproximar nossa juventude do jogo e prepará-los para serem apostadores quando crescerem”, disse Smits em uma entrevista por telefone.
Mas Tom Vierk, de 71 anos, dono de um boliche, disse que ele os empregos que os cassinos trariam seriam bem-vindos e que ele dispensava as reclamações sobre promover vício em jogo. Afinal de contas, ele disse, existem muitos cassinos perto de Indiana, porque não manter esses dólares em Illinois?

“Se você for a Indiana”, disse Vierk, “tudo o que você verá serão licenças de Illinois”.

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