Governo de Portugal reavalia concorrência para os cassinos Lisboa, Estoril e da Figueira da Foz

Cassino I 26.08.20

Por: Elaine Silva

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O Governo está a reavaliar os termos dos concursos para as concessões dos cassinos Lisboa, Estoril e Figueira da Foz que terminam no final deste ano

Segundo revelou ao jornal Negócios o Ministério da Economia, estão sendo “reavaliados os termos, incluindo ‘timings’, dos concursos (concorrência) atinentes às concessões de jogo em Lisboa/Estoril e Figueira da Foz”, estando essa reavaliação “ainda em curso”. A chegada da pandemia, que conduziu “a uma fortíssima e súbita retração da atividade dos cassinos, quer a nível mundial, quer a nível nacional”, é a situação considerada pelo Ministério da Economia como “extraordinária” e que justifica por isso essa reavaliação.

O Ministério da Economia não adiantou, quando questionado, qual o calendário previsto para os concursos (concorrência) nem o que está a ser negociado com os atuais concessionários para que os cassinos continuem a funcionar depois de dezembro.

Já em 2019 as concessionárias reclamavam do atraso dos concursos para as respectivas concessões. Certo é que acabaram por não ser lançados os procedimentos concursais no ano passado. Apesar de, em maio de 2019, a Secretaria de Estado do Turismo – reagindo a uma notícia do Público que falava de atrasos – ter garantido que não havia qualquer demora, prevendo, então, o gabinete de Ana Mendes Godinho – na altura a secretária de Estado da tutela – que os concursos públicos internacionais iriam durar seis meses, o que dava tempo de decisão antes do fim da concessão.

Mas agora faltam menos de seis meses para o final do ano. A área de concessão do Estoril, que integra também o cassino de Lisboa, termina em dezembro deste ano, tal como a concessão da Figueira da Foz. A primeira é detida pela Estoril- Sol, empresa fundada por Stanley Ho, que faleceu este ano, e a segunda pela Amorim Turismo. A concessão da Póvoa de Varzim, Espinho, Portimão, Vilamoura e Monte Gordo termina a 31 de dezembro de 2023. Tróia e Chaves, os últimos que entraram em funcionamento, vão até 31 de dezembro de 2032.

Estoril-Sol quer revalidar

Não tendo o Ministério da Economia respondido ao Negócios sobre como tenciona prolongar as atuais concessões, certo é que a Estoril- Sol já fez saber que está interessada na reavaliação. “A estrutura acionista da Estoril-Sol, e respectivo conselho de administração, mantêm-se na expectativa quanto ao lançamento do concurso público, sendo intenção dos mesmos concorrer a nova concessão de jogos de fortuna ou azar da zona de jogo permanente do Estoril”, lê-se no relatório e contas de 2019 aprovado em assembleia-geral a 29 de junho deste ano.

O grupo acrescenta ainda que “o conselho de administração declara-se convictamente empenhado em manter a nova concessão de jogo da Zona do Estoril, acreditando que a robustez financeira da concessionária, apoiada, no que para tal vier a ser necessário, pelos parceiros bancários com quem sempre manteve uma relação frutuosa, será bastante para continuar a liderar o setor de jogos de cassinos físicos em Portugal”. O Negócios não conseguiu obter uma posição do concessionário sobre os concursos que serão lançados.

Cassinos em queda

As receitas de jogo dos cassinos em 2019 caíram 1,1% para 319,3 milhões de euros, tendo as receitas geradas pelo grupo Estoril-Sol ficado nos 192,4 milhões de euros, uma queda de 2% face ao ano anterior.

Não havendo ainda dados referentes ao segundo trimestre deste ano – em que os cassinos estiveram boa parte do tempo fechados pelo confinamento devido à pandemia –, sabe-se já que no primeiro trimestre de 2020 assistiram a uma queda de 17,4% face ao mesmo período do ano passado, tendo só em março – funcionaram apenas até ao dia 13 desse mês – caído mais de 64%, para 9,3 milhões de euros de receitas no mês, que contribuiu para os 62 milhões de euros do trimestre.

O impacto da pandemia não é, por isso, ainda conhecido na atividade dos cassinos, sabendo-se já que o principal beneficiado foi o jogo online. O volume de apostas online em jogos de fortuna ou azar atingiu 2,3 bilhões de euros no primeiro semestre, mais 1,7 vezes que no mesmo período de 2019. (Jornal de Negócios – Alexandra Machado)

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