Diária de 21 000 reais por dia em Las Vegas

Existe um seleto grupo de hotéis que oferece a seus hóspedes quartos suntuosos a preços extravagantes. É o caso do The Palace, na África do Sul, que tem piscina com ondas e areia, como numa praia de verdade. Ou do Claridge’s, em Londres, que oferece aos hóspedes das suítes mais luxuosas a opção de dispor dos serviços de um mordomo durante a estada. Para ficar num desses locais, é preciso desembolsar algo entre 3.000 e 6.000 dólares pela diária. Esse clube seleto ganhou recentemente um novo integrante. São os especialíssimos hotéis de Las Vegas que até outro dia exigiam dos hóspedes não uma diária, mas um valor monumental de desembolso nos cassinos. Ou seja, as melhores suítes não estavam disponíveis para quem quisesse apenas dormir – mas, sim, para as pessoas dispostas a torrar pelo menos 1 milhão de dólares nas mesas de jogo.
Era assim nos tempos em que Las Vegas vivia uma fase de pujança econômica. Nos últimos anos, a cidade entrou em crise e o faturamento do jogo caiu pela primeira vez desde o início dos anos 80. Para contornar a falta de clientes endinheirados, muitos estabelecimentos que antes cobravam fortunas para aceitar hóspedes estão revendo velhas restrições. É o caso do MGM Grand e do Bellagio, dois hotéis-cassinos. Para aliviar a crise, o MGM colocou as suítes do complexo The Mansion à disposição de hóspedes dispostos a pagar 6.000 dólares pela diária por apartamentos de 445 metros quadrados que imitam uma vila toscana, decorados com antiguidades européias. Cenário de filmes e cartões-postais, o Bellagio é freqüentado por xeques, astros de Hollywood e estrelas da NBA. Pagam-se 6.000 dólares pela diária nas exclusivíssimas vilas de 745 metros quadrados, com piscina privativa rodeada por um jardim francês. Uma pechincha, considerando que a antiga exigência de 1 milhão de dólares a ser gasto nos cassinos não é mais necessária.
Revista Veja