Desafios do turismo em 2020 para atrair estrangeiros inclui volta dos cassinos

Destaque I 04.12.19

Por: Elaine Silva

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Se depender da bancada evangélica, apoiada pelos ruralistas, a volta dos cassinos ficará emperrada no Congresso (Foto: Reprodução)

O setor de turismo no Brasil tem uma série de desafios para 2020, como o incremento de políticas públicas que mudem o atual cenário de estagnação pela perda de capacidade competitiva até mesmo em relação a alguns vizinhos sul-americanos.
De fato, é no mínimo estranho o fato de um país com tantas belezas naturais receber anualmente 6 milhões de turistas estrangeiros, menos do que a Torre Eifell, em Paris, com 7 milhões de visitantes por ano, conforme dados da Embratur.
O problema nem é a violência urbana. Ainda de acordo com a Embratur, que deixou de ser uma autarquia vinculada ao Ministério do Turismo, e desde 27 de novembro de 2019 foi transformada por Medida Provisória em Agência Federal de Turismo ligada ao Sistema S (Sebrae, Sesi e Sesc), o México é considerado ainda mais violento do que o Brasil e recebe anualmente 39 milhões de turistas estrangeiros.
De acordo com o presidente da Embratur, Gilmar Machado Neto, a mudança na Embratur já sinaliza para um caminho diferente no turismo brasileiro, começando pelos investimentos na divulgação dos nossos destinos turísticos no exterior e captação de turista estrangeiro. De cara, sai de um orçamento de R$ 33,9 milhões para R$ 508,8 milhões por ano.
Entre as medidas para desenvolver o turismo, algumas já estão em vigor, como a dispensa de vistos para americanos, australianos, canadenses e japoneses, e a abertura do setor aéreo, que agora permite 100% de capital estrangeiro em companhias aéreas brasileiras. Outras estão em tramitação no Congresso, incluindo a polêmica proposta da volta dos cassinos em discussão desde 2015.
“Com os cassinos o Brasil vai triplicar o número de turistas estrangeiros”, acredita o presidente da Embratur. Os jogos de azar foram implantados no Brasil em 1933, durante o Governo Getúlio Vargas. Em 1941, com a promulgação da Lei das Contravenções Penais, os cassinos foram para a clandestinidade e cinco anos depois definitivamente extintos no Governo Eurico Gaspar Dutra, em 1946.
Outro dado animador na implantação de medidas para incrementar o turismo, segundo Machado Neto, tem a ver com o efeito das tecnologias como causa de desemprego em diversos setores. “É uma das poucas atividades que não estão sendo afetadas, então soa como ser contra o Brasil não apoiar o turismo”, afirmou.
“Para cada US$ 1 investido, cerca de US$ 20 retornam. O turismo é certamente uma força econômica e será essencial para a recuperação econômica brasileira e para a geração de empregos”, avalia Machado Neto. Segundo o Ministério do Turismo, o setor é responsável por 8.1% do PIB (Produto Interno Bruto) e gera 7 milhões de empregos em todo o país. (
Campo Grande News – Paulo Nonato de Souza – MS)

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