O Antagonista está incomodado com a posição dos Bolsonaro sobre a legalização dos cassinos

Blog do Editor I 24.09.20

Por: Magno José

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O jornalista católico Diego Amorim está incomodado com a movimentação dos filhos do presidente Jair Bolsonaro pela legalização dos resorts integrados com cassinos.

Além da nota da reunião do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ao presidente da Embratur, Gilson Machado, para apresentação do projeto de lei do senador Irajá (PSD) para liberar os cassinos em resorts, o ‘beata’ que preconceituosamente só se refere aos jogos como ‘jogatina’, gravou um Podcast para ‘O Antagonista+’ com o título: ‘O que Bolsonaro pensa hoje sobre cassinos?’ registrando a dicotomia do presidente da República, que critica a legalização dos jogos, mas permite que os filhos trabalhem politicamente pela legalização dos resorts integrados com cassinos.

“Em novo podcast, Diego Amorim comenta que Jair Bolsonaro já disse que cassinos servem para “lavar dinheiro” e “destruir famílias”, mas seus filhos e seu governo estão trabalhando para liberar a jogatina”, informa o site O Antagonista.

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Eduardo Bolsonaro entra em campo para a liberação dos cassinos no Brasil

O deputado federal Eduardo Bolsonaro também resolveu entrar nas articulações para autorizar cassinos no Brasil. É o segundo filho do presidente da República a se envolver na liberação da jogatina.

A proposta vem sendo costurada nos bastidores há meses, com o aval do próprio Jair Bolsonaro.

O filho do presidente da República participou, na semana passada, de uma reunião com o presidente da Embratur, o bolsonarista Gilson Machado, e o senador Irajá (PSD), que apresentou o projeto de lei para liberar a jogatina em resorts (leia aqui a íntegra).

O deputado federal Hélio Lopes, conhecido como Hélio Negão, acompanhou Eduardo na reunião.

“Temos que criar agora o marco legal para a instalação desses empreendimentos no Brasil. Não podemos esperar a reabertura do turismo mundial para pensar em novos atrativos para turistas estrangeiros. A hora é agora!”, escreveu Irajá no Twitter.

O senador, que é filho de Kátia Abreu (PP), tenta vender a narrativa de que os cassinos vão “dinamizar a atividade econômica em todas as regiões do Brasil” e ajudar o turismo, que “vem sofrendo com a desaceleração econômica em razão da pandemia da Covid-19”.

Em janeiro deste ano, como O Antagonista revelou, Irajá viajou com outro filho do presidente, o senador Flávio, aos Estados Unidos, com tudo bancado pelo Senado. Em “missão oficial”, eles passaram oito dias em Miami e em Las Vegas, justamente tratando da possibilidade de legalizar os cassinos no Brasil.

Desde o ano passado, Jair Bolsonaro vem sendo pressionado por líderes do Centrão a mudar de opinião sobre a legalização dos jogos de azar. Durante a campanha, o então candidato dizia que os cassinos serviam para “lavar dinheiro” e “destruir as famílias” — leia aqui. A bancada evangélica e a ministra Damares Alves são veementemente contra os jogos.

No fim de 2019, Bolsonaro recebeu para um almoço um grupo de parlamentares — liderado pelos deputados Elmar Nascimento (DEM) e Paulinho da Força (Solidariedade) — que defende a legalização dos jogos de azar e já estava se movimentando para colocar a matéria em votação em 2020. Menos de um mês depois, o presidente foi informado da viagem do filho Flávio a Las Vegas.

No início deste ano, um dos parlamentares envolvidos no debate disse a O Antagonista que “os olhos do presidente brilham” quando pedem para ele imaginar a Costa Verde — litoral sul do Rio de Janeiro, onde a família Bolsonaro tem casa — repleta de cassinos à beira-mar.

Em maio deste ano, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, admitiu pela primeira vez o plano do governo Bolsonaro de instalar cassinos no Brasil. O projeto de Irajá, que teve o aval do Executivo, prevê que “compete à União, exclusivamente, conceder, regulamentar e fiscalizar os serviços, a implantação e o funcionamento das atividades de resorts integrados com cassinos”. (O Antagonista – Diego Amorim)

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