Apostas online. “É duro competir” com empresas que não pagam impostos em Portugal

Apostas I 13.05.19

Por: Elaine Silva

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Responsáveis da Betano apresentaram este sábado em Alvalade a nova casa de apostas que já opera em Portugal

A empresa grega Betano, que se tornou esta semana na mais recente casa de apostas autorizada a operar em Portugal, assumiu neste sábado (11) a dificuldade de entrar num mercado onde alguns dos competidores atuam de forma ilegal.

“Ser competitivo com empresas ilegais é duro”, desde logo porque “pagamos impostos”, afirmou o diretor de marketing da Betano, Tiago Pereira, durante a apresentação da empresa num dos camarotes do Estádio José Alvalade e antes do jogo Sporting-Tondela.

Na presença de dois diretores gregos da empresa, Angeliki Papadopoulou e Tanassis Kanouris, Tiago Pereira explicou que uma forma de compensar essa desvantagem passa por “ter surpresas” para os clientes que permitirão diferenciar a Betano mesmo face aos concorrentes legalizados em Portugal.

Dois vetores dessa estratégia de diferenciação vão ser “a tecnologia de última geração” por trás da plataforma de jogo digital e “o foco a 100% no cliente”, adiantou o diretor da Betano para Portugal, Ricardo Branquinho da Fonseca.

A “responsabilidade social” é outra vertente prioritária da atividade da empresa, visível nos “apoios ao desporto” – patrocinam mais de 400 atletas, entre os quais estão os jogadores de equipas de futebol como o Estugarda (Alemanha), Olympiacos e PAOK (Grécia) ou o Universidade de Craiova (Roménia). O próprio Comité Olímpico Internacional (COI) é apoiado pela Betano, assinalou Ricardo Branquinho da Fonseca.

Este responsável destacou ainda o envio de uma newsletter aos novos clientes, dois dias após o ato de inscrição, como outro exemplo dessa preocupação social e com uma política de “jogo responsável” perante os apostadores. “Vamos para além do que a regulação exige”, frisou Ricardo Branquinho.

O processo de legalização da Betano em Portugal demorou quase um ano e implicou a entrega de garantias bancárias no valor de 1,2 milhões de euros, como determina a lei (uma de 600 mil euros para as apostas desportivas e outra no mesmo valor para os jogos de fortuna e azar), disse ao DN Tiago Pereira.

Criada em 2012, a Betano tem mais de 300 mil utilizadores ativos e 580 funcionários que operam em seis países: além de Portugal, Grécia, Chipre, Roménia (os três mercados onde a empresa é líder), Alemanha e Áustria.

Primeira licença em 2016

Portugal legalizou em 2015 o mercado de apostas online, tendo a primeira licença sido atribuída em meados do ano seguinte.

Segundo o Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ), órgão regulador da atividade em Portugal, esse mercado movimentou no ano passado – em apostas desportivas e nos jogos de azar e fortuna – quase 2432 milhões de euros.

Com nove entidades exploradoras do negócio e 15 licenças, a receita bruta ascendeu aos 152,1 milhões de euros em 2018.

Os novos utilizadores registrados ultrapassaram os 380 mil, havendo 25,6 mil a auto excluirem-se e quase 12 mil a terminarem a autoexclusão.

A distribuição geográfica dos jogadores tem quatro polos principais: Porto (21,7%), Lisboa (19,6%), Braga (9,5%) e Setúbal (8,1%). A nível etário, um quarto dos apostadores tem entre 18 e 24 anos, 38,8% estão entre os 25 e os 34 anos, 23,3% entre os 35 e os 44 anos, 8,9% entre os 45 e os 54 anos, estando os quase 4% restantes acima dos 55. (Diário de Notícias – Portugal)

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